quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Fight entre Caetano Veloso x Marcos Bagno

Para os desavisados, Caetano Veloso, como o próprio Bagno apresenta, é “um dos mais brilhantes letristas, compositores e cantores da música popular brasileira” e Marcos Bagno, linguísta e escritor, sua obra mais famosa é Preconceito Lingüístico.

Fight se dá por conta de um texto em que Caetano expressa seus argumentos nem sempre balizados sobre linguística e o livro Norma Culta, de Bagno. Do outro lado, Bagno responde.

Na concepção caetaniana, a linguística, populismo e demagogia se misturam. Ele se diz referir a determinados argumentos que viu publicados, entretanto faz ressalta que não são todos os linguístas que são demagogos. De antemão, já antecipa a tônica de seu texto afirmando “não preciso ser especialista na disciplina para me manifestar”. Ele leu Saussure e se considera preparado para dissertar sobre a linguística. Aí, Bagno aproveita a deixa e responde com um texto intitulado “Caetanas Bobagens” e diz que Caetano é mais um “com arrogância dos mal informados e arrogância das celebridades”. Aproveita e manda Caetano estudar. “Vá estudar”. A Linguística não é só Saussure.

Caetano acredita que personalidades como Pasquale e companhia que dão dica em revistas e na TV indicam um bom sinal. Ele não explica o porquê. Um bando de abutres que se fazem sob a inocência das pessoas e faturam em cima disso. Apregoam que a Língua Portuguesa é muito difícil, daí seus empregos na mídia. Nos veículos de comunicação se encontram as pessoas menos preparadas para tratar de língua (deveriam ser os linguísticas, mas são críticos demais). Lá estão dos diqueiros. Será porque Pasquale e seus derivados não fazem sucesso na Academia? Caetano poderia responder essa.

O baiano alega que os linguístas vão contra toda idéia de correção ou/e enriquecimento da fala. E não é isso. A conclusão é dele e nem é baseada em Saussure. Os estudiosos da língua vão contra essa idéia de língua certa e errada. Fora que os falantes que não dominam a norma é por que não têm acesso aos conhecimentos. E são culpados por isso.

Os gramáticos, puristas e Pasquale apontam supostos “erros”, “desvios” e “impropriedades” em obras de escritores clássicos e com certeza na própria escrita poética de Caetano. Pasquale pegaria uma música de Caetano, frisaria em algumas construções e diria; “Ficou legal mas não PODE”. Como assim ficou legal mas não pode?! Caetano defende essa turma. Os falantes têm uma língua e Pasquale uma outra, inspirado nos usos literários do século XIX.

Para terminar, parece que nesse confronto Marcos Bagno é mais convincente. Caetano só veio para se manifestar acerca de um assunto que não compreende, só leu uma obra. Como Bagno inicia o texto, Caetano não se satisfaz em ser um brilhante expoente da MPB. Ele quer mais: “Também quer ser sociólogo, antropólogo, filosofo, historiador, cineasta, teólogo, crítico literário...” linguísta idem, mas apenas com Saussure não. Talvez da próxima vez Caetano Veloso escreva sobre a Física Quântica, ele só precisa de uma leitura de um livro.

2 comentários:

Anônimodisse...

Tem aí um pessoal a ofender os Africanos que são pretos e uma bela e nobre raça. Ofendem os africanos porque estão a chamar aos brasucas de "pretos" !
... brasuca não é preto! Brasuca é na maioria mestiço. A raça preta africana é pura! Brasuca não tem raça, é híbrido ou vulgo "vira lata". Por isso chama a esses filhos da puta de pardo ou mestiço! Até mulato está errado porque mulato é apenas mistura da raça preta com a branca. O brasuca alem da mistura dessas duas raças tem um elemento novo que é o índio. Os fdp pegaram o pior das duas raças e juntou o índio ... pior ainda porque essa mistura não deu certo ... por isso brasuca é maioria papagay lesado, viado, bandido.

Anderson Xavier disse...

O problema está no endeusamento dos ídolos... como deuses, se acham no direito de falar sobre tudo. E aí falam inúmeras besteiras... Ainda bem que o Formalismo Russo existiu e nos ensinou a estudar a obra para além das babaquices de seus autores.

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