domingo, 11 de janeiro de 2009

Na fase do ficar, namorar é cada vez mais difícil

Namorar torna-se cada vez mais difícil nos dias contemporâneos quando a moda é ficar a cada dia, semana ou mês com uma pessoa diferente. Quem não é adepto a tendência ou estiver saturado dela vai transpirar para poder ter um parceiro, companheiro e amigo na relação, mais do que uma boca para beijar e um corpo para satisfazer um desejo carnal e efêmero.

Bem que os mortais nessa realidade cruel poderiam assim com no filme fazer uso do Hitch, o Conselheiro Amoroso. Entretanto, a vida real parece ser mais complexa que um longa-metragem. Talvez nem ele desse jeito.

Uma amiga me confidencia que conheceu um homem na universidade. Ele olhava insistemente para ela. Depois ela falou com ele e passaram a conversar. Discutiam assuntos polêmicos como violência. A visão social se atritava com a policial, a dele. Discordavam. Era legal o debate. Ela sempre encerrava a discussão. Ele gostava.

Encontravam-se na universidade. Ele era do tipo tímido, mas usou um beijo no ar bem condicionado da biblioteca. Como ela passou a estudar dois cursos, seus caminhos foram se cruzando cada vez menos.

Ele não era adepto ao telefone, e ela não iria ligar para ele enquanto os outros ligavam para ela. Ficaram um tempo sem se ver nem se falar. Mais amadurecidos, quase um ano, os dois reencontraram. A menina anotou o número do celular dele. Surpreendemente, ele ligou para casa dela, ainda o tinha consigo. Começaram a se comunicar por telefone e se ver pessoalmente. Desde que o conhecera o considerava enrolado, mesmo não sendo mais casado, apenas era pai de duas filhas que nem moravam com ele.

Ele terminou a graduação. Agora está em uma especialização. A priori parece querer mais que uma boca e um corpo para um sexo legal. Ele falou em uma companhia para discutir assuntos acadêmicos, estudar e dividir a vida. Ele é resultado de três relacionamentos amorosos que o marcaram, decepcionaram e da incompreensão que o fizera sofrer e o oprimia. Sempre penso que as pessoas são fruto da experiência que viveram e do que elas fazem com isso. Não se pode ser vítima!

Ele diz ter medo de magoar alguém (ou se magoar) e de se envolver. Ou seja, de ser feliz! Minha amiga parecia que estava no divã com ele, nem parece que ele é leitor de livros de Psicologia. Revelou que costumeiramente não conta isso a ninguém. Ela aconselhou que ele procurasse um profissional de Psicologia. Ele respondeu que não.

Declarou também que depois da especialização, vai encarar um bacharelado. Para isso gostaria de ter uma pessoa ao lado que o apoiasse. Por outro lado, não quer ser cobrado e talvez o maior interesse seja sexo.

A minha amiga respondeu que assim não rola. Ela disse que não se envolve com alguém somente por sexo, ao contrário dele.

2 comentários:

Anônimodisse...

Creio que ele só queira mesmo sexo ou algum relacionamento que desconheço, afinal 'não cobrar' e ter algo sério, isso existe?

Liliam Freitas disse...

Contradição pura! Querer relacionamnto sério e ao mesmo não ser de ninguém. É linda música dos meninos tribalistas "Não sou de ninguém/ Eu sou de todo mundo/ E todo mundo me quer bem". Mas na real, todo mundo quer ser de alguém. "É impossível ser feliz sozinho", já cantava Jobim.
Valeu Márcio. Se as pessoas pensassem mais

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