sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

A descoberta nas conversas


A gente conversa. A gente se entende. Aliás, como slogan de uma empresa de cosméticos, deveria ser: “A gente conversa. A gente vende”. Na conversa, entendemos, compreendemos, percebemos o outro e a nós mesmos, nos redescobrimos e nos reinventamos.

Parece até uma entrevista informal na qual fazemos grandes revelações. Acontecimentos que nunca diríamos, presos num tal inconsciente a nos perturbar. Tudo depende dos interlocutores e seu estado de espírito.

Lembrança da infância, adolescência, colégio, faculdade, com os amigos, família, o primeiro trabalho, aquele fora, aquela gafe, aquele mico que estavam no ostracismo vem à tona. As que magoavam aparecem sob outra aura, o que era sofrimento é superação, vira comédia.

No geral, as pessoas se revelam mais ao receptor que elas confiam mais. Estava no messenger conversando com Márcio que eu conheço há pouco tempo. Ele dizia que eu não era eu. E eu do lado inconformada com tal afirmação. Como assim! Sou eu. Ele pediu que eu respondesse qual era o aroma da minha infância. A pergunta mais difícil que já me fizeram. Não sou muito de revirar o passado. Não lembrava que tinha falado disso. Não acertei claro. Quando ele colocou a resposta que tinha dado, lembrei do que tinha dito.

Do lado de lá, um mocinho decepcionado. Como ela não lembra? Eu lembro. Aí fiquei pensando, a gente conversa, fala e fala. E as pessoas guardam. As nossas palavras e respostas marcam, assim como os acontecimentos na gente. Como as palavras têm poder e nossas relações são constituídas por elas.

2 comentários:

Anônimodisse...

.... e não perguntem a blogueira qual é o aroma da infância! É segredo de Estado, hunf!

Liliam Freitas disse...

Pois é, o anônimo está certo! E o seu leitor?

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