sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Apenas Uma vez é um surpreendente e singelo filme


Liliam Freitas

Apenas Uma Vez (Once, título original) estreou meados de abril em solo brasileiro. Uma película que ganhou o Oscar de melhor canção 2008 e melhor filme estrangeiro no Independent Spirit Award. Um longa roteirizado e dirigido pelo cineasta irlandês John Carney. Uma produção cinematrófica caseira, simples, barata ao mesmo tempo singela, terna, poética e musical.

A narrativa traz dois grandes personagens que se encontram. Um talentoso músico que aproveita as horas vagas do trabalho, na loja de conserto de aspirador de pó, para ganhar um dinheirinho cantando com seu violão no centro comercial de Dublin. E ela, uma vendedora de flores que circula também pelas ruas do centro para sustentar sua família.

Na ocasião, ele está cantando Say It Me Now, com acordes forte que trata da solidão e da sua decepção amorosa. Atenta à canção ela se aproxima, pergunta se a canção é dele. Ele fala que sim. A jovem imigrante tcheca interroga por que durante o dia ele canta outras músicas. Ele responde dizendo que as pessoas preferem musicas conhecidas, sucessos. Depois ela pergunta pela musa inspiradora da música. Ele diz que não há. Vão conversando.

Ela, no dia seguinte, leva o aspirador de pó para ele consertar. Almoçam juntos, depois entram em uma loja de instrumentos musicais em que ela toca piano todos os dias, visto que não possui um em casa. Ela começa, depois ele a acompanha com seu violão. Logo, os dois também cantam juntos. É apoteótico!

Eis um filme não tão conhecido. Nem ele nem o diretor. Talvez a surpresa esteja aí. O filme de Carney surpreende, não é em vão que ele é elogiado pela critica especializada. Estava em uma banca de DVD’s alternativos à procura de boa opção para levar para casa. Vi o DVD do filme, mas não lembrava de ter lido nada sobre ele. O título e a capa do filme me chamaram a atenção. Li a sinopse e resolvi comprar.

Depois do exercício da universidade, coloquei o filme pra ver. Às 3h30min da manhã, ou madrugada, havia terminado de assistir. O filme não é longo, são apenas 86 minutos, é que comecei a assistir tarde. Durante o filme, a vontade de aumentar o som é grande para ouvir as musicas. São dez canções ao todo que realmente fazem parte da narrativa (incluso a parte de créditos finais em que toca Once, que dá nome ao filme). Quando acabou, pensei em colocar o filme de manhã cedo para pelos menos ouvir musica.

Então assistir mais uma vez, já era impossível apenas uma vez, rs. E aí vem a vontade de escrever sobre o filme que tem uma história bacana e bem contada, numa linguagem simples sem artificialismo. Procurei como de costumes textos acerca do filme para ver de que modo o longa era captado e criticado. As críticas e comentários são favoráveis. Há alguns discordantes que colocam o filme como ruim e péssimo, mas não fundamentam o julgamento. Bem longe de ser ruim, Apenas Uma Vez não é produção de Hollywood muito menos mais uma comédia romântica com final previsível. Talvez esteja aí a frustração de muitos.

É preciso ter sensibilidade para se fazer certas leituras, para se enxergar. Daniel Levi, crítico do jornal O Globo, mostra que tem. Segundo ele, o filme poderia ser classificado como drama romântico musical, se este gênero existisse, ressalta o moço. Oh o convite, um longa que mescla drama, romantismo e música! Uma combinação e tanto. Se ficou confuso(a), o crítico simplifica e fala que pode classificar como “filme fofo”! (Como assim filme fofo!? Alguns devem está se perguntando! Pra mim que vi o filme não é difícil. Deve ser aquele redondinho, comovente, que toca, emociona e é inteligente. Isso deve ser fofo! Não tenho a menor dúvida). É assim com Apenas Uma Vez.


A história é do cara que conhece a garota e da garota que conhece o cara, como defini Daniel em sua critica ao filme. É também do cara que passa a se conhecer mais com a garota e a da garota que se conhece mais com o cara (brincando um pouco também é isso). O cara é um brilhante cantor e compositor que toca nas ruas por uns trocados. A garota vende flores e faz faxina para sobreviver, além de entender de musica, ela toca piano e compõe. A paixão pela musica os une. Eles se descobrem. Praticamente almas gêmeas, mas ela tem uma filha e veio da República Tcheca sem o marido. Ele vem de uma puta traição. É a vida e o filme, e a música também.

2 comentários:

Anônimodisse...

oi...vi o filme ontem e fiquei encantada, já tinha ficado encantada antes de vê-lo, só pela sinopse, porque é aquilo de possibilidades que não se concretizam, uma coisa que a vida da gente está cheia e que o filme mostrou com uma realidade impressionante, sem contar que as múscas são lindas!
adorei ter estado por aqui
=]
bjo!

Impulsiva disse...

Vou ver já já, onde encontro??
Primeiro pela sua indicação, segundo porque amo um filme musical...
Depois de ver eu comento minhas conclusões, rsrs.
Beijos,
Kenia.

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