quinta-feira, 29 de maio de 2008

Um Show... Inesquecível!




Liliam Freitas
To Lukas A. Bell

(Fotos: a 1 de Mi Parron, a 2 de T. Altafini e a 3 de Lukas A. Bell)

Chico César acompanhado do Quinteto da Paraíba foi a segunda atração do projeto MPB Petrobras na capital maranhense. O show aconteceu no início da semana, na terça-feira, dia 27, no auditório principal do Centro de Convenções Governador Pedro Neiva de Santana. Um espetáculo e tanto! Fácil falar dos paraibanos, Chico e os músicos do grupo, entretanto difícil captar toda magia e emoção, enfim, arte de uma apresentação simples...simplesmente magnífica, retumbante e colocar tudo num texto. Tarefa inglória, mas vamos lá. Cobraram e estou aqui!

No dia do show fazia muito calor com tempo abafado, a partir das quase 16 horas começou a chover...chover forte! O tempo chuvoso cessou um pouco. Às 19 horas já era possível ir ao show, mesmo com um protetor de chuva tiracolo caso São Pedro não colaborasse. Não havia transtorno para chegar ao local do evento, como de costume em São Luís. Bastava sair do trabalho, da faculdade ou de casa para assistir ao show. Quem ainda não tinha adquirido o ingresso, comprava na hora na bilheteria com tranqüilidade a preço popular R$ 20,00 (com meia-entrada) e poucos cambistas faziam (estragavam) a festa. Muitos carros no estacionamento.

As quase 21 horas, Chico César de branco adentra ao palco na companhia de Yerko Tabilo e Ronedik Dantas (vilolinos), Samuel Espinoza (viola), Raiff Dantas Barreto (violoncelo) e Xisto Medeiros (baixo acústico, baixo elétrico, zabumbaixo e voz), todos professores da Universidade Federal da Paraíba, membros do quinteto. Uma entrada triunfante, apoteótica. Depois do primeiro som, ele apresentou toda trupe de uma maneira divertida e bem humorada, bem artística.

O grande concerto começa mesclando música erudita com a nordestina. Um espetáculo duplo: Chico César - cantor, compositor, intérprete, músico e brincalhão já conhecido do público maranhense, há dois anos que ele não voltava à ilha; e o Quinteto da Paraíba, não tão popular, mas sucesso de crítica. Combinação perfeita, pelos menos é essa a percepção de quem estava no show. A parceira pode ser vista e ouvida nos CD (2005) e DVD (2006)
De uns tempos pra cá.

Esse tipo de encontro é uma oportunidade singular para o público conhecer e analisar melhor o artista, descobrir se de fato ele faz arte. CD e DVD são insuficientes, são prontinhos demais, não bastam. No palco é que o artista se mostra. Não há espaço para artificialismo, se existir ele quebra. Chico cantou, encantou, dançou, tocou e brincou muito, e muito. Ele é bem musica popular nordestina brasileira. E como o nordeste é bonito! É tudo lindo, caetanizando.

A apresentação do Chico César não ficou engessada no seu trabalho mais recente De uns tempos pra cá. Ela foi fluída, ele não é do tipo do artista que no show só canta as musicas do álbum atual. Ele fez um regaste das suas músicas mais conhecidas e as colocou em novos arranjos, tocou outras canções belas ainda escondidas por não serem tão executadas nas rádios.

As pessoas, que lotavam o auditório com uma capacidade de 1500 lugares, conheciam a musica do Chico César. Com resultado havia um coro gigantesco e afinado que funcionava com backvocal orquestrado pelo maestro César. Foi lindo, ele cantando e tocando À Primeira Vista (sucesso na interpretação de Daniela Mercury), era um dueto, ele e o público:

Quando não tinha nada (Chico César), eu quis (coral)
Quando tudo era ausência (Chico César), esperei (coral)
Quando tive frio (Chico César), tremi (coral)
Quando chegou carta (Chico César), abri (coral)
Quando ouvi prince (Chico César), dancei (coral)
Quando o olho brilhou (Chico César), entendi (coral)
Quando criei asas (Chico César), , voei... (coral)

Todos no show voaram. O vôo continuou como a super romântica Por que Você não Vem Morar Comigo? uma amor sem peninha, sem Caetano sem Vander Lee (ele brinca). Amor sem dor, amor inteligente, amor amor. Os românticos agradecem, os casais no show então... Pensar em Você, que a Rita Ribeiro gravou, uma canção composta para Roberto Carlos, mas ele nunca cantou.

Claro que teve Mama África, o primeiro sucesso de Chico César, a música que o revelou como cantor ao Brasil e ao mundo. Lembrei do Lukas (ele está na foto abaixo), que conhece musica brasileira e a de César, e ele disse também que foi uma das primeiras músicas que ouviu do Brasil. Ele ficou apaixonado pelo país e sua música. Mama África num arranjo visceral.

Mais músicas como Pedra de Responsa, parceria com Zeca Baleiro, um cambiró que interage com reggae e a maturidade de Respeitem Meus Cabelos, Brancos.

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