quinta-feira, 27 de março de 2008

Diário de Viagem-Aracaju I


O texto vai em especial para Lukas que pediu que escrevesse um texto no blog e para as companheiras Vanessa e Rosana!

As dificuldades da viagem e a recompensa de conhecer Aracaju

A ida à Aracaju bem que merece um diário de bordo, e como merece. Aracaju bem que poderia ser vizinha de São Luís, ou seja, ser do lado, está bem pertinho, não tão longe, diferente dos pernambucanos, alagoanos e baianos, os maranhenses não têm essa sorte. Entre a capital maranhense e a sergipana nada menos que um hiato de 1800 km de distância, é chão, que valem a pena, a granja inteira, serem percorridos. Eu o fiz junto as minhas amigas Vanessa Tereza de F... (nome é grande e a genialidade da garota também) e Rosana Ferreira (nome forte), infelizmente Camila Augusta, Flávia Danielle, Débora Melo e João Paulo não foram. Infelicidade mesmo, com os ausentes a viagem teria sido melhor.

Fui de ônibus, cerca de 30 horas que valem o destino: Aracaju, a cidade-aniversariante que completou 153 anos no último dia 17 e nos recebeu bem. A cidade é uma graça, bem menor que São Luís, é uma porção de menos de 200 km, linda. A comparação com São Luís é irresistível, a cidade em que nasci e vivo é meu parâmetro, mas claro que não há aqui a intenção pobre, medíocre e chula de eleger a melhor, não existe isso, e sim de se deliciar com as duas.

Aracaju é uma cidade pequena com ares de cidade de grande com viadutos, pontes shoppings e uma orla marítima maravilhosa que desarma qualquer um, uma espécie de avenida litorânea mais arrumada com a lagoa da Jansen (com perfume!). E ainda conta com um povo receptivo, inclusive com turistas, turista é um ser mala, um ser que vai a tua cidade, quer atenção e informação e se ilude achando que pode conhecê-la em uma semana ... depois ainda sai falando mal. Uma cidade que aparenta ser organizada, a não ser pelos seis terminais de integração numa cidade que não precisa e que nesses terminais as pessoas entram nos ônibus de uma maneira brusca, pois inexiste fila, e planejada, onde os guardas que controlam o trânsito não usam apito (acho que não precisam). Lá o trânsito é mais fácil, entretanto o transporte coletivo ainda precisa ser melhor administrado.


Impossível não gostar de Aracaju! Não há grandes expectativas em cima de Aracaju. Quem já ouviu falar em Aracaju, além de ser a capital do estado de Sergipe? Poucas pessoas, duas me falaram e recomendaram. A cidade encanta, tem seus problemas e daí?! Quais não têm? Salvador, Rio, Recife, São Paulo, Porto Alegre, Curitiba, Londres, Nova York, Madrid?

Eu precisava viajar, sair de São Luís, descansar e conhecer outra cidade e outras pessoas, e o X Encontro Regional dos Estudantes de Letras em Aracaju de 20 a 24 de março foi uma oportunidade e tanto de agregar tudo o que queria e necessitava. Juntei a galera e elaboramos uma oficina para o encontro e fomos. Foi difícil chegar lá, em Aracaju viva, vencer os 1800 km, algumas dificuldades com a grana, mas nada como a prepotência, arrogância, imaturidade, ganância e chatice de uma turma que foi com a gente nos ônibus. Carro sem televisão nem som, o jeitinho foi muita piada e uma música ao vivo ruim...O aparelho de tv era só para o VHS, quem usa VHS na era do DVD?!Ainda bem que não estava só, dividia o sofrimento com Rosana e Vanessinha, se estiver só seria suicídio, eu me suicidava...ou vomitava. Então para não respirar essa poluição de espírito, fomos para cabine e ficamos na companhia dos motoristas Chico e Tomaz, visto que com o barulho aliado ao desconforto da cadeira não tão reclinável era missão impossível 4 descansar e dormir, apenas se estressar! Ficamos na cabine das 23 h a quase 3 h da manhã sem dormir, de quarta-feira para a quinta. Rezávamos sem saber para chegar a Aracaju, já estávamos em Sergipe, atingir a capital demorou um pouco mais e nossa ansiedade mesclada com a impaciência era grande. Fomos conversando e achando o caminho tortuoso e porque não torturante que nos levava a Aracaju: estradas escuras, mal sinalizadas, cheias de lombadas, perigosas, sem policia nenhuma, era nós no ônibus e Deus, tudo isso de madrugada.


Vibramos ao entrar em Sergipe, todavia a emoção foi maior ao adentrar a capital. Como a Universidade Federal do Sergipe está em São Cristóvão fomos procurando a placa, a responsável pela delegação que dormia disse que era bem simples localizar o campus da UFS, bastava encontrar a placa “São Cristóvão”. Encontramos primeiro Aracaju e pedimos informação, o que foi difícil, pois era madrugada. Chegamos à universidade, quase metade das pessoas foi para uma pousada e nós descemos na UFS, pegamos nossa bagagem. A delegada fez o credenciamento de todo mundo, depois da sala em que alojada nossa delegação, tentamos tomar banho, todavia não havia água. O jeito foi dormir, antes eu comi com Vanessa uma espécie de pantenone pascoalino, não deu pra jantar na estrada. As 8 h do dia 20, já tinha água, banhamos.


Participamos do EREL, apresentamos nossa oficina que bombou, trocamos idéias, e emails, uma galera fundamentada. Saímos todos os dias para fazer nossas refeições. Íamos também acessar internet na lan e comprar remédios. Conhecemos um dos dois shoppings da cidade, Jardins, parece o São Luis Shopping, não gostamos no cinema, preço do Box e qualidade colossal, do cinema colossal nem da praça de alimentação estrangulada, parece que esquecida e por isso feita num espaço inadequado.


Fomos ao centro histórico de São Cristóvão, município que faz parte da grande Aracaju, lindo mas acanhado, sub-aproveitado. O mercado municipal no centro de Aracaju é acessível, nada muito caro como Salvador e São Luis.
Depois escrevo mais, cheguei à Aracaju no dia 20, quinta-feira, e fiquei até 24, domingo, foram inúmeros episódios como: “perdidos em Aracaju”, “esqueceram de mim”, jornal que deveria ser do EREL. Já estou em São Luís e Aracaju fica no meu coração, eu recomendo a cidade.

3 comentários:

Naomedobro disse...

vc pode comentar que tem uma amiga que toda vez q viaja fica doente e qdo liga pra casa é so falar tragedia pra mae..kkkkk

O texto ficou muito bom...me deu ate saudade (nao do onibus) mas de aracaju...Linda, perfeita! (hehehe)

Liliam Freitas disse...

Valeu Vanessa, do ônibus não há saudade, não somos sadomasoquistas, então... Mas a cidade... é graciosa, o que me faz gostar muito de São Luís!
A gente se descobre viajando

Naomedobro disse...

proxima parada???tchã tchã
Campeeenass!!
aclu!

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