quinta-feira, 20 de julho de 2006

Mundinho Acadêmico
Por Lika Amora
Li e refletir o artigo da universitária Kátia Simone C. Lima "Estou na universidade e agora? Reflexões sobre 'o mundo universidade' e os estudos acadêmicos". Artigo esse em que a autora aborda desde a luta que o aluno trava para ingressar no Ensino Superior à outra batalha, essa já na vida acadêmica com uma gama de textos, livros e trabalhos em grupos. Tudo isso, de certa forma, é desconhecido por muita gente, que por isso tem uma visão não real da universidade e das pessoas que lá se encontram.

Essa nova batalha é para se adaptar a "nova escola” em razão desse aluno ser vítima da ' consciência bancária' da escola tradicional. Na universidade, é outra história, nela é imprescindível todo um embasamento teórico para produzir conhecimento. Não é fácil vim de um ensino que abarca em média treze anos da vida desse estudante que se acostumou a só receber o saber, para mudar para um em que se tem que produzi-lo.

Há várias diferenças entre essas duas instituições ( a Escola e a Universidade). A mudança na mente desse educando não se processa de forma instantânea com a notícia que ele passou no vestibular. Em outras palavras, não se vai de uma 'consciência bancária' à uma crítica do dia para noite, é um processo que demanda tempo e esforço pessoal para atingir essa consciência crítica.

Daí, chega à universidade imaturo cultural (falta de leitura) e psicologicamente (não sabe o que quer), além da imaturidade lógica que se apresenta pela dificuldade de entendimento/compreensão e produção de textos. Essas imaturidades tornam a vida na academia um martírio,em especial se as três citadas se encontrarem juntas em um mesmo ser.

Contudo, o censo comum alheio a toda essa questão, supõe que os universitários sejam bem maduros e educados (até mais que os alunos dos ensinos fundamental e médio). Entretanto não é bem assim. Isso porque são muitos os universitários: que também conversam e trocam bilhetinhos durante a aula; chegam (bem) atrasados à aula (às vezes, sem um pedido de licença e um cumprimento de bom dia, boa tarde/noite); atrapalham a aula com o toque do celular (eles desconhecem o significado do modo silencioso e do "vibracall" do seu aparelho); atendem o celular e falam nele durante a aula ou qualquer outra apresentação do colega (interrompem e atrapalham sem remorsos); fogem da aula depois da chamada feita enquanto o professor se distrae.

E não acabou (só mudei de parágrafo por uma questão estética): nas explanações de trabalho que geralmente são em grupo, alguns que deveriam explicar o assunto dizem simplesmente,na cara de pau (desculpem, mas é a expressão perfeita para esse caso) que nada entenderam do(s) texto(s) base(s) para apresentar a atividade, porque é muito difícil e blá blá blá.....(mesmo com esse material há semanas,com o trabalho sendo em grupo e professor para auxiliar na compreensão);`as vezes, não prestam atenção quando o colega está expondo;o trabalho em grupo ainda é problemático em virtude de ainda imperar a política da fragmentação( eu fico com esta parte, tu com essa, ele com aquela...e por aí................................................................ vai ..............................................................e haja divisão, a visão holística nessa lógica pegou avião e viajou.......................... pra longe),há ainda a EUQUIPE (mesmo),existem grupos em que alguns exploram outros(as tarefas não são devidamente divididas e quando são, é necessária fazer a atividade do colega que faltara devido a dor de cabeça, febre e por aí vai...... é uma criatividade que me espanta !).Os grupos são ainda muito fechados(isso é problemático porque se perde a oportunidade de trabalhar com muitos colegas e de aprender com eles), recentemente vi uma professora delegar uma atividade para a turma e afirmar que essa tarefa seria realizada em grupo formados por ela, quando ela disse isso, as equipes (panelinhas -no caso) foram se fechando à revelia do discurso da professora.

Desculpem, vou abrir outro parágrafo pelo mesmo motivo: muitos universitários vibram quando não há aula mesmo se atrasar o calendário ou diminuir a carga horária efetiva, ou seja, adoram os feriados e pontos facultativos; reclamam de tudo, do bom professor e daquele que só enrola; colam (pescam) também, uma professora me relatou que em várias provas havia respostas subjetivas/pessoais com a mesma redação(erros: colar - não estudar e duvidar da capacidade da professora de detectar isso) ;entregam trabalhos atrasados, às vezes nem o fazem; e ainda sofrem a "síndrome", que adquiriram no ensino básico, de tudo copiar (ato esse de tudo copiar dificulta a compreensão da explanação que o professor ou aluno faz: isso porque o cérebro humano não faz bem duas ou mais atividades ao mesmo tempo,ele executa bem uma atividade quando ele se concentra em apenas em uma atividade.)

Diante dessa impostura, nota-se a inadequação do aluno ao ambiente acadêmico que é democrático,aberto ao diálogo, ao debate e as idéias do educando, pelos menos em sala de aula. Só que essa imaturidade da parte dos universitários impossibilita o melhor aproveitamento dessa instituição.

Enfim, é interessante que se reflita essa temática, tantos os que estão no Ensino Superior quanto os muitos que almejam chegar a ele. Para esses últimos que leiam (para os que afirmam não gostar de ler, é melhor começar a gostar ou a desistir da academia, já que a leitura á fundamental, principalmente na universidade). Além de se livrar dos vícios da falta de educação e do bom senso.


Obs: essa parte da minha visão sobre a universidade. Sei e admito que a universidade possui o outro lado - "O mundão", o de fazer desabrochar e amadurecer o ser social,o responsável e o humano.Esse texto é tão somente para não aquelas pessoas que ainda alimentam uma visão ilusória e romanceada do "mundo universidade". Ficaria muito feliz se algum/a leitor/a enviasse outro texto que dialogasse com esse acima. Esse revela o "Mundinho" , o outro, o "mUNDÃO"

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