terça-feira, 20 de junho de 2006

A Soberba Acadêmica
O texto Mundinho Acadêmico ainda ressoa, já que desvela a realidade. E nesse sentido, outro ponto que torna a Universidade um mundinho é a soberba entre muitos acadêmicos do mesmo ou diferente curso da mesma ou distinta instituição de ensino.
Talvez a soberba mais clássica, quiçá histórica ou mais comum seja a entre os universitários do curso de Medicina e Direito. Contudo é engano deduzir, ou melhor, induzir que ela (a soberba) encerra por aqui, na verdade ela é mais geral. A regra funciona assim para a maioria: Quem cursa Medicina acha que o melhor curso é o dele; Quem cursa Direito também; Quem cursa Odontologia, Turismo, Engenharia, Administração, História, Biologia, Matemática, Letras, Pedagogia, Geografia, Filosofia... e assim sucessivamente. Para considerarem seu curso o melhor, precisam menosprezar e minorar os outros, é esse raciocínio débil que se expressar nas atitudes de muitos, claro que nem todos (des)pensam nessa “racionalidade”.

Numa conversa, um colega fala repetidas vezes que era um técnico: – “Eu sou um técnico”. Aquilo me inquietou, então perguntei a ele: – “O que queres dizer com ‘eu sou técnico’?” Ele respondeu: – “Eu faço Matemática”. Contou logo em seguida de um encontro que tivera com uma conhecida que não a via há tempos. Ela perguntou a ele: ­­­­­­- “Tu fazes o que?” Ele respondeu: – “Matemática”.Ela retrucou no tom baixo astral que o desagradara –“ Matemática!!!!???????”Ele revidou – “Mudaria a minha vida se fosse Medicina, Direito ?”.E ela sentindo o clima que havia criado disse:- “Não, não quis dizer isso, calma!”Ele completou:- “Calma uma...”O Colega que afirmou que era técnico não conhece nem o próprio curso, além de internalizar um discurso solto por aí que prega que quem cursa Matemática é técnico.Ele na verdade cursa Licenciatura em Matemática,ele não é técnico,ele é um docente.

Muitos universitários, não todos (ainda bem, uma parte se salva), desconhecem seu próprio curso, mesmo assim falam besteiras e inverdades, com a maior autoridade de papagaio de pirata acerca de outros cursos, sem fundamento nenhum. Há acadêmicos que não sabem a diferença entre Bacharelado e Licenciatura. Esse desconhecimento pareceu-me notório quando uma colega do meu curso, que é Pedagogia, declarou que um amigo ela que cursa Licenciatura em História esculacha (esse termo pode ser chulo, mais ele expressa bem essa situação) com o nosso curso. Ele diz que ela está se graduando para cortar e colar papel e, ser babá. Ou seja, que ela está a perder tempo com esse curso. Ela revelou que não concorda com ele, todavia ainda não tem subsídios para convencê-lo do contrario (a garota é do 2º período).

Primeiro, esse “Crítico” (o pior que eu já vi) precisa reconhecer que ele não conhece nem seu próprio curso, por extensão não pode criticar na acepção perfeita do termo nenhum outro, é a lógica. A crítica exige fundamento e conhecimento, o que muita gente não tem, ele é um exemplo disso. Um ser que se diz acadêmico que cursa Licenciatura em História, e acha, ele só acha, que é historiador não pode ser levado a sério. Ele pode vir a ser Historiador com outra graduação, no caso bacharelado, mas não com a licenciatura per si só. Notem a contradição!Da mesma forma que quem cursa Licenciatura em Letras, Matemática, Física, Biologia, Geografia, Química, inclusive História não são respectivamente escritor, matemático, físico, biológo, geografo, químico, historiador, são licenciados para ministrar aulas sobre a sua área de conhecimento.

Segundo, fazemos parte da mesma instituição, e mesmo que não fosse ele não pode sair como um franco atirador (idiota) falando mentiras sobre o que ele não conhece. Cadê o respeito e a Ética?E o tal “historiador de proveta” desconsidera ou/e desconhece a história dos cursos de Licenciaturas nessa instituição que teve como origem o curso de Pedagogia (mais uma contradição) que antes era na forma do PROCAD, hoje PQD (Programa de Qualificação Docente),cursos para a preparação docente.E o sucesso disso viabilizou a criação dos cursos de Licenciatura,inclusive de Historia,é o que a história da Universidade mostra.Ele desconhece e negligencia a ligação ente o curso dele e o nosso, o de Pedagogia que ele tanto “critica” (entre aspas porque isso não é crítica, é maledicência).Terceiro, é importante que se tenha cautela ao se falar de um outro curso, curso este em que você não faz parte e pode acabar por chatear os colegas e amigos.Fora que Calúnia, Difamação e Maledicência são razões de um bom processo judicial.
Liliam Freitas

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